Postado em: - Área: ICMS São Paulo.
Através do Convênio ICMS nº 106/2017 restou disciplinado os procedimentos de cobrança do ICMS incidente nas operações com bens e mercadorias digitais comercializadas por meio de transferência eletrônica de dados, ou seja, através da internet. Além disso, esse Convênio concedeu isenção do imposto nas saídas anteriores à saída destinada ao consumidor final.
Nos capítulos que se sequem analisamos as disposições do mencionado Convênio ICMS.
Base Legal: Prêambulo do Convênio ICMS nº 106/2017 (Checado pela VRi Consulting em 14/07/24).Mercadorias digitais são os softwares, programas, jogos eletrônicos, aplicativos, arquivos eletrônicos e congêneres, desde que sejam padronizados, ainda que tenham sido ou possam ser adaptados, comercializadas por meio de transferência eletrônica de dados.
Base Legal: Cláusula 1ª do Convênio ICMS nº 106/2017 (Checado pela VRi Consulting em 14/07/24).As operações com bens e mercadorias digitais, a qual foi conceituada no subcapítulo 2.1 acima, comercializadas por meio de transferência eletrônica de dados anteriores à saída destinada ao consumidor final estão isentas do ICMS. Portanto, a empresa que realizar operação destinada a consumidor final será tributada pelo ICMS.
Base Legal: Cláusula 2ª do Convênio ICMS nº 106/2017 (Checado pela VRi Consulting em 14/07/24).De acordo com o Convênio ICMS nº 181/2015, os Estados do Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Paraná, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins estão autorizados a conceder redução na Base de Cálculo (BC) do ICMS, de forma que a carga tributária corresponda ao percentual de, no mínimo, 5% (cinco por cento) do valor da operação, relativo às operações com softwares, programas, jogos eletrônicos, aplicativos, arquivos eletrônicos e congêneres, padronizados, ainda que sejam ou possam ser adaptados, disponibilizados por qualquer meio, inclusive nas operações efetuadas por meio da transferência eletrônica de dados.
Referido benefício será utilizado opcionalmente pelo contribuinte em substituição à sistemática normal de tributação, sendo vedada à apropriação de quaisquer outros créditos ou benefícios fiscais.
Base Legal: Cláusula 1ª do Convênio ICMS nº 181/2015 (Checado pela VRi Consulting em 14/07/24).CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
O ICMS será recolhido nas saídas internas e nas importações realizadas por meio de site ou de plataforma eletrônica que efetue a venda ou a disponibilização, ainda que por intermédio de pagamento periódico, de bens e mercadorias digitais mediante transferência eletrônica de dados, na Unidade Federada (UF) onde é domiciliado ou estabelecido o adquirente do bem ou mercadoria digital.
Base Legal: Cláusula 3ª do Convênio ICMS nº 106/2017 (Checado pela VRi Consulting em 14/07/24).A pessoa jurídica detentora de site ou de plataforma eletrônica que realize a venda ou a disponibilização, ainda que por intermédio de pagamento periódico, de bens e mercadorias digitais mediante transferência eletrônica de dados, é o contribuinte da operação e deverá inscrever-se nas Unidades Federadas (UFs) em que praticar as saídas internas ou de importação destinadas a consumidor final, sendo facultada, a critério de cada Unidade Federada (UF):
A inscrição nos cadastros estaduais será realizada, preferencialmente, por meio da internet, mediante procedimento simplificado estabelecido por cada Unidade Federada (UF).
A critério da Unidade Federada (UF), poderá ser dispensada a inscrição, devendo o ICMS, neste caso, ser recolhido por meio de Guia Nacional de Recolhimento de Tributos Estaduais (GNRE), ou documento de arrecadação estadual previsto na legislação da respectiva Unidade Federada (UF).
Base Legal: Cláusula 4ª, §§ 1º e 2º do Convênio ICMS nº 106/2017 (Checado pela VRi Consulting em 14/07/24).As Unidades Federadas (UF) poderão atribuir a responsabilidade pelo recolhimento do ICMS:
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A pessoa jurídica que der saída do bem ou mercadoria digital na forma de que trata o presente Roteiro de Procedimentos deverá emitir Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), modelo 55.
Base Legal: Ajuste Sinief nº 7/2005 e; Cláusula 6ª do Convênio ICMS nº 106/2017 (Checado pela VRi Consulting em 14/07/24).No estado de São Paulo, o tema está regulamentado na Portaria CAT nº 24/2018, a qual publicamos sua íntegra abaixo:
Base Legal: Portaria CAT nº 24/2018 (Checado pela VRi Consulting em 14/07/24).Portaria CAT 24, de 23-03-2018
(DOE 24-03-2018)
Dispõe sobre operações com bens e mercadorias digitais realizadas por meio de transferência eletrônica de dados e altera a Portaria CAT 92/98, de 23-12-1998, que implanta e uniformiza procedimentos relativos ao sistema eletrônico de serviços dos Postos Fiscais Administrativos do Estado.
O Coordenador da Administração Tributária, tendo em vista o disposto nos artigos 16, IV, 19, XV-A, 23, VI, 24, 478-A, 478-B e 489 do Regulamento do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação - RICMS, aprovado pelo Decreto 45.490, de 30-11-2000, expede a seguinte portaria:
Artigo 1º - Nas operações com bens e mercadorias digitais realizadas por meio de transferência eletrônica de dados destinadas a consumidor final domiciliado ou estabelecido no Estado de São Paulo deverão ser observadas as disposições desta portaria.
Parágrafo único - Para fins do disposto nesta portaria, são considerados bens e mercadorias digitais todos aqueles não personificados, inseridos em uma cadeia massificada de comercialização, como eram os casos daqueles postos à venda em meios físicos, por exemplo:
1 - softwares, programas, jogos eletrônicos, aplicativos, arquivos eletrônicos e congêneres, que sejam padronizados (de prateleira), ainda que tenham sido ou possam ser adaptados, independentemente de serem utilizados pelo adquirente mediante "download" ou em nuvem;
2 - conteúdos de áudio, vídeo, imagem e texto, com cessão definitiva ("download"), respeitada a imunidade de livros, jornais e periódicos.
Artigo 2º - Os estabelecimentos que comercializem ou disponibilizem bens e mercadorias digitais ficam obrigados à emissão de Nota Fiscal Eletrônica – NF-e.
§ 1º - Os estabelecimentos de que trata o "caput":
1 - ficam autorizados a emitir, até o 5º dia útil de cada mês, NF-e consolidando todas as saídas de bens e mercadorias digitais destinadas a pessoas domiciliadas ou estabelecidas no mesmo município realizadas no mês anterior, que deverá conter:
a) o valor total das operações consolidadas e o destaque do valor do imposto;
b) no quadro "Destinatário", o nome e os números de inscrição no Cadastro de Contribuintes do ICMS (IE) e no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) do emitente;
2 - deverão manter à disposição do fisco relatório contendo o detalhamento das operações de saída, no mínimo:
a) identificação do adquirente;
b) data da operação;
c) produto vendido;
d) quantidade e valor da operação;
e) valor do ICMS;
f) município onde está domiciliado ou estabelecido o adquirente, de acordo com o seu cadastro.
§ 2º - Caso optem pela emissão dos documentos fiscais nos termos do item 1 do § 1º, os contribuintes deverão encaminhar recibos aos seus consumidores por operação, nos quais deverão constar, dentre outras informações, o valor da operação e o ICMS destacado.
§ 3º - Caso o contribuinte não opte pela emissão mensal dos documentos fiscais correspondentes às saídas de mercadorias, fica autorizada a emissão do documento fiscal imediatamente após cada operação de transferência eletrônica de dados.
§ 4º - Nos documentos fiscais de que trata este artigo, deverá ser indicado, no campo "Código Fiscal de Operações e Prestações - "CFOP", o código 5.949.
Artigo 3º - Para fins de apuração dos índices de participação dos municípios, as operações com bens e mercadorias digitais serão contabilizadas como valor adicionado do município onde ocorrer a saída interna dos referidos bens e mercadorias, assim entendido aquele onde estiver domiciliado ou estabelecido o consumidor final que realizou a transferência eletrônica de dados.
Parágrafo único - Os estabelecimentos que comercializem ou disponibilizem bens e mercadorias digitais:
1 - enquadrados no Regime Periódico de Apuração - RPA deverão preencher a ficha "Informações para a DIPAM-B" da Guia de Informação e Apuração do ICMS - GIA, assim como o Registro 1400 do Bloco 1 da Escrituração Fiscal Digital- EFD, detalhando os municípios onde tiverem ocorrido as saídas internas, conforme as orientações contidas no Manual da DIPAM, disponível para consulta no site www.portal.fazenda.sp.gov.br (clicar em "Catálogo de Serviços", "DIPAM", "Downloads", "Manuais", "Manual da DIPAM").
2 - optantes pelo "Simples Nacional" deverão discriminar na Declaração de Informações Socioeconômicas e Fiscais - DEFIS os municípios onde tiverem ocorrido as saídas internas.
Artigo 4º - Fica dispensada a emissão de documento fiscal nas operações realizadas por meio de transferência eletrônica de dados com bens e mercadorias digitais anteriores à saída destinada ao consumidor final (artigo 172 do Anexo I do RICMS/00).
Parágrafo único - O site ou plataforma eletrônica que realizar as saídas a consumidor final poderá emitir mensalmente uma Nota Fiscal Eletrônica - NF-e para documentar a entrada dos bens e mercadorias digitais em seu estabelecimento, sendo que:
1 - deverá ser indicado, no campo "Código Fiscal de Operações e Prestações – "CFOP", o código 1.949;
2 - o valor desse documento fiscal não deverá ser informado como "entrada" para fins do disposto no parágrafo único do artigo 3º.
Artigo 5º - Fica acrescentado, com a redação que se segue, o artigo 19-C ao Anexo III da Portaria CAT 92/98, de 23-12-1998:
"Art. 19-C - Os sites e plataformas eletrônicas de que trata o inciso IV do artigo 16 do RICMS/2000 deverão ter uma inscrição no Cadastro de Contribuintes do ICMS do Estado de São Paulo específica para realizar operações com bens e mercadorias digitais destinadas a pessoa domiciliada ou estabelecida neste Estado, independentemente da existência de outros estabelecimentos aqui inscritos.
§ 1º - O estabelecimento de que trata o "caput" deverá atuar exclusivamente na comercialização de bens e mercadorias digitais.
§ 2º - A inscrição estadual do estabelecimento de que trata este artigo deverá ser realizada através do "Coletor Nacional" oferecido pela Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios - Redesim, devendo ser utilizados, no processo de inscrição, apenas os seguintes eventos:
1 - inscrição de primeiro estabelecimento;
2 - inscrição de demais estabelecimentos;
3 - inscrição no Estado (para estabelecimento já inscrito na RFB).
§ 3º - Considerando que se trata de um estabelecimento virtual, o endereço deverá ser preenchido com as seguintes informações: "Praça da Sé, s/n, CEP: 01001-000, São Paulo, SP" e o endereço de correspondência deverá ser obrigatoriamente preenchido com os dados do contribuinte.
§ 4º - O contribuinte que for detentor de mais de um site ou plataforma eletrônica poderá ter uma única inscrição no Cadastro de Contribuintes do ICMS para cumprir as obrigações tributárias relativas a todas as suas operações com bens e mercadorias digitais destinadas a pessoa domiciliada ou estabelecida neste Estado.
§ 5º - O disposto neste artigo aplica-se também aos sites e plataformas eletrônicas que comercializem bens e mercadorias digitais isentas ou não tributadas diretamente para os consumidores finais." (NR).
Artigo 6° - Esta portaria entra em vigor na data de sua publicação, produzindo efeitos a partir de 01-04-2018.
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